Friday, May 22, 2020

Mente Pregada

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Há dias em que os sentimentos são tão fortes como um estrutura de aço que segura o mais alto dos prédios. Difícil de os distinguir, de os segurar, de os compreender. Sinto-me um lágrima no canto do coração que teima em não cair. E ainda bem que assim é. Tenho medo do dia em que essa lágrima escorrer pelo meu corpo e me deixar parado no tempo para sempre.
Tento viver cada dia como se fosse o último. Só que ao invés de aproveitar a vida, apenas me sossego sabendo que amanhã estou morto.
Melhores dias virão. Melhores sentimentos virão. Melhores ondas virão e eu poderei libertar a minha última lágrima nesse mar de felicidade imenso. Só aí poderei sorrir com sentimento sabendo que tudo passou e o meu coração segue a bater com o ritmo alegre que apenas batia quando eu era criança. Apenas aí poderei caminhar pela areia sem me preocupar com as marcas que deixo para os outros. Quem sabe se esse dia não é amanhã? Esse é o despertador que me mantém acordado para uma vida onde dormir é o momento mais alto do meu dia. Posso chorar sem que me sinta triste e sorrir sem que me sinta culpado por tentar ser feliz. A dor na almofada é abafada pela minha mente embriaga que não distingue a dor de agora da dor passada. Sortudo aquele que não pensa sobre como viver, apenas vive pensando que é feliz. Mas o conhecimento e o pensamento crítico arrastam muitas consequências. Depois de descobrir como funciona o mundo não tens como esquecer que fazes parte desse mesmo mundo. Não tens como esquecer que a dor e sofrimento são causados pela forma muito pouco altruísta como vivemos os nossos dias. Talvez um dia eu seja altruísta para comigo mesmo e me poupe a esta dor de uma vez por todas.

Paz! Cuidem-se, e se querem ser felizes, mantenham-se ignorantes

Monday, May 18, 2020

Aglomerados de Merda

Coronavírus: Autoridade Marítima “fecha” todas as praias de ...

Mais um dia passado, mais um idiota que não queria usar máscara. O indivíduo parecia um concorrente da Casa dos Segredos. Claramente passa o dia a ver halteres e nunca viu um livro. Para coçar as costas precisa de ajuda e pouco falta para não conseguir atar os cordões.
Costumo dizer que quem muita usa a cabeça, pouco usa o corpo. Pelos vistos o contrário também acontece.
Mas não é de isso que vou falar hoje. Hoje era mais fixe falar das aglomerações nas praias que já estão a ocorrer ainda não é 6 de junho.  Eu acho que as pessoas aos poucos estão a perceber o êxtase em que os cães ficam quando lhes dizemos que vamos à rua. É que o comportamento é igual. Mal surge o sol:
- "Vamos para a rua. Não quero saber. Vamos para a praia ou para o rio. Está calor eu não fico em casa. Mas vou me distanciar por segurança."
10 000 pessoas com o mesmo pensamento. Esquecem-se que o areal não estica (a não ser que estendam a toalha na estrada). Mas o moreno é importante não é? Eu acho que este ano vamos ter os mortos menos pálidos de sempre. Vai ser tudo funerais de caixão aberto que isto de ir para a praia no meio de uma pandemia não pode ser em vão.
- "Os meus pêsames. Não sabia que o teu irmão era tão moreno"
- "Apúlia 2020"

Mas vamos todos respirar fundo. Contar até 3 e esperar que a inteligência comece a ser passível de ser adquirida por osmose.

Paz! Cuidem-se. E não se esqueçam de ser bons para o outro.

Sunday, May 17, 2020

Um Começo Atribulado


Alguma vez tentaram expressar aquilo que sentem em relação à vida e ficaram sem palavras? Cada vez que me acontece algo assim surgem duas visões na minha mente: a primeira é o facto de eu estar sem palavras em relação à vida, o que pode ser entendido como eu estar de tal forma maravilhado que fico estupefacto;  a outra visão, embora que mais deturpada, é a de que não existem palavras no léxico português para expressar tamanha raiva e revolta com tudo o que se passa neste planeta que, a cada dia que passa, é menos azul.
Com a chegada do Covid-19, aquilo que era perceptível apenas a alguma mente mais perspicaz, torna-se demasiado evidente. O egoísmo e a falta de altruísmo estão cada dia mais presentes na sociedade. E não estou a falar apenas do açambarcar do papel higiénico. Estou a falar da falta de preocupação para com o outro. Desde atirarem máscaras e luvas para o chão, a retirar a máscara porque lhes faz calor. Sabem onde faz mesmo muito calor? No inferno. É para lá que essa malta vai. Aí gostava de os ouvir "aí que calor, não há um ar condicionado? Não tem jeito nenhum isto. Posso falar com o responsável?. Gente, custa assim tanto espetar a merda de uma máscara em frente à fronha a que chamam cara? Foda-se se faz assim tanto calor atirem-se de uma ponte. É fresco pelo caminho e mais fresco quando chegam ao destino.

Mas pronto. Ando irritado com toda esta história de ter que lidar com pessoas que não sabem partilhar o espaço social. A parte mais triste, que é também a mais preocupante é que maioria das pessoas não o faz por mal. Quando atiram uma máscara para o chão não pensam "Aí fode-te planeta, quem manda no planeta somos nós humanos." A parte mais preocupante é que o fazem sem pensar. A única coisa que nos distingue de todos os outros os animais é o raciocínio, malta que não o utiliza talvez não mereça pertencer a esta espécie.
Sonho com um mundo sem mensagens de aviso. Daquelas "não tente isto em casa", ou "com a cancela em baixo não atravesse a linha". Ia ser uma limpeza de idiotas que a média do QI mundial disparava. Mas, ok, há pessoas que dizem: mas a vida humana é sagrada". Será? Será que a a vida de um homicida é mais importante que a de um cão que salvou uma pessoa? Será que a vida humana está acima da de qualquer outra espécie? Afinal de contas somos a espécie que mais prejudica o ambiente. Somos a que mais polui. Somos a que mais tem atos vis e maléficos para com outro animal da mesma espécie, e às vezes de outras espécies.
Gente vou-vos contar um segredo: o planeta existe há milhões de anos. Nós só existimos há uns milhares. O planeta tem mais anos sem humanos do que com. Quem acha que temos de salvar o planeta (coitadinho do planeta) para ele durar muitos anos, lamento dizer, mas o planeta terra está-se a cagar para nós. Se tiver que fazer o mesmo que fez com os dinossauros faz. E nós enquanto o meteoro cai vamos continuar agarrados ao dinheiro a perguntar quanto podemos pagar para que o calhau não nos caia na cabeça.

Paz! Cuidem-se. E não se esqueçam de ser bons para o outro.